Brisa

                                   Foto: Gabriela Canale

Lavou todas as roupas e estendeu no varal, aproveitando o Sol do Sábado. 

Colocou Brisa, a alegre companheira na corrente, que por sua vez resmungava a falta de confiança.

Fecha as portas e janelas e vai para a casa da Tia Lara, para o chá da tarde, porém esquece de soltar a cadela.

O tempo fecha durante sua visita, uma chuva se anuncia, dessas que barco seria o melhor transporte nas ruas de Porto Alegre.

Enquanto toma seu chá, pensa na roupa que se encharca no varal e na pobre Brisa, encolhida, ao relento e sozinha naquela tempestade.

Fica impossibilitada de volta pra casa, não existe um taxista que aventure a atravessar a cidade, naquele dia eram cachoeiras que desciam das nuvens.

No dia seguinte entra em casa desesperada e corre para o quintal

Não acreditou na visão que teve, queria matar Brisa, que a olhava com olhos de inocência e balançava seu meio rabo.

Brisa  desenvolveu habilidade na técnica de recolher a roupa do varal,  como também as coloca sempre juntas e lógico, deita em cima.

E não adiantou ter ido para coleira.

A vira-lata, medrosa, arrebentou  a surrada tira de couro no primeiro trovão, estava seca e tinha passado a noite bem aquecida sobre as roupas retiradas do varal.

Um comentário:

Anônimo disse...

adoro! linda foto!